
cartoon daqui
Ora bem, o meu caro leitor pode ter vontade de estudar,
de deixar uma pegada nas teorias do mundo,
de ser tratado por Professor Doutor em eventos sociais;
pode estar ligado a uma instituição de ensino,
querer provar uma teoria,
querer estar 3 a 4 ou talvez mais anos em companhia de um ou uma orientador/a, ou na companhia de alguns livros e leituras que o leitor preza muito a ponto de se casar por um quadriénio com eles;
pode ser tudo isto ou outras coisas até - tem é que fazer um Doutoramento.
Mas não sabe como o fazer.
Aqui entra o matutanço e dar com a cabeça nas paredes.
O leitor até tem ideias, uma teoria, uma sensação de premência: de certo modo está grávido e não sabe como entrar em parto, nesse longo trabalho de parto.
Não sabe por onde começar mas sabe que a acabar terá que ter um volume de 300 a algumas mais páginas (parece que agora se pede mais síntese)de conteúdo inovador.
É um romance que tem na cabeça e não sabe como o pôr para fora. O leitor até pensa em frequentar as oficinas de escrita criativa, mas as teses de doutoramento não têem sido consideradas género literário e muito menos de escrita criativa.
Opta pelo método fuga para a frente: escrever e escrever não importa o quê.
Até bater noutra parede.
...Ou até eu lhe fornecer graciosamente a receita, encontrada no reino mágico da internet - que só fará sentido se tiver passado por todos ou quase todos os passos anteriores (ter ideias, vontade de pôr uma teoria no mundo, ter leituras de afeição e fé, escrever sem saber para que direcção e ainda a sensação de bater constantemente com a cabeça na parede).
Experimente respirar fundo, beber uma bebida morna e preencher o seguinte questionário:
a) Especialidade [de investigação] em que se inscreve [ou procura fazer a sua tese de doutoramento]:
b) Área temática de investigação:
- Área temática de investigação, dentro da especialidade (máximo 250 caracteres incluíndo espaços)
c) Palavras-chave (máximo de 5)
d) Intenções de Investigação e objectivos que se propõe atingir (máximo de 2500 caracteres)
e) Principais referências bibliográficas (máximo de 5)
Pode começar do fim ou do princípio, pode deixar a questão dos vinte mil euros para o fim [d)] ou pode aventurar-se por essa mesmo. A questão é que respondendo a isto tem o leitor uma direcção. Gratuita, cortesia do Instituto de Estudos da Criança e de mim próprio, que ando aqui ao mesmo.
Um abraço e boa sorte.
(lembre-se de respirar fundo, descontrair e - é claro - da bebida morna)
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Saturday, June 27, 2009
Como fazer um doutoramento
Thursday, June 11, 2009
Personagem s.f.
Achega:
Personagem - em português - é substantivo feminino
"A minha personagem..."
"As personagens desta peça..."
"Então a personagem faz isto ou aquilo"
Por favor não se refiram ao meu personagem, em espanhol isto passa, em português não.
Monday, June 8, 2009
Hot tips for cold readings, de Nina Finburgh - livro do dia

Vão a uma audição, ou casting, dão-vos um texto para ler, é o guião do filme ou uma cena da peça para que estão a fazer esta audição, então que fazer?
Este livrinho dá-nos pistas sobre isso, olhar a frase, identificar-se com ela e dizê-la para a frente (de modo a ser vista a nossa interpretação) é uma dela. Precioso.
Está à venda aqui, por exemplo.
Hot Tips for Cold Readings: Some Do's and Don'ts for Actors at Auditions
de Nina Finburgh
Smith & Kraus (1993)
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