Tuesday, June 10, 2008

Polina Klimovitskaya

Polina Klimovtskaya é uma professora russa de actores.

Tudo o que dissermos dela será pouco: se existe um vínculo vivo aos grandes mestres de teatro, indo pelo contacto directo do passado para o presente, de encenador para actor ou de professor para aluno (como se diz passarem-se os segredos das artes marciais) então Polina Klimovitskaya é uma representante viva das figuras maiores de Meyerhold, Stanislavski, Michael Chekhov e Grotowski.

Seria bom ter as palavras para dizer a sua noção do actor como artista, como criador sensível, como quase mágico;

seria bom saber descrever as suas aulas como aprendizagem de magia, e de como mágico pode ser o que surge de um actor e da sua criação;

seria bom explicar que esta mulher, vinda da Rússia, era em si um mito e carregava consigo os mitos desses grandes nomes, que citava e dava em exemplos de uma intimidade e de uma humanidade insuperáveis;

seria bom encontrar palavras para dizer que com ela se aprendia haver um mundo mágico da criação, um processo pessoalíssimo, uma ética e uma técnica tão gentil, tão subtil quanto a chama que procura acender;

seria bom ter palavras com que pagar - mais que as aulas - a ela, como mito vivo, como vínculo e exemplo, como referência, como quem dizia Atrás de nós existe um enorme e orgulhoso passado, pois atrás de nós estiveram os mestres;

seria bom agradecer-lhe o saber que há sempre uma relação pessoal na criação, que há um íntimo que precisa ser tocado, e precisa porque esse íntimo é a fantasia;

seria bom agradecer-lhe as suas histórias abundantes nas aulas, porque são estas, de outros países, de outras pessoas, que nos aguçam a vontade de partir;

seria bom agradecer-lhe o contágio da Fé e a ideia de Mestre, de que ela era intérprete extraordinária, além de cultivar - como num cuidado religioso - a ligação com os Mestres do passado, em geral desse mundo de Leste;

seria bom agradecer-lhe a fantasia de achar que a língua do sagrado e dos segredos é essa da Rússia, como nas religiões se acha sagrado a língua em que estão escritos os livros da Fé.

Sertia bom agradecer-lhe acreditar que há livros da Fé para um actor e que estes são os livros, escritos pela sua mão ou pela sua vida, dos grandes mestres Vsevolod Meyerhold, Konstantin Stanislavski, Michael Chekhov, Jerzy Grotowski, Antonin Artaud.

Ditulis Oleh : Unknown // 4:06 AM
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