Nesta altura do ano acontece um segundo carnaval, mas um especializado, ou antes, de especialidade. A sua especialidade é ser feito por estudantes.
Os estudantes mascaram-se, fabricam um carro alegórico, e partem em desfile pela cidade fora, num excesso voluntário típico do carnaval.
O carnaval é, por excelência, a festa do disfarce e do excesso. Ou seja, do simulacro e do transe.
O carnaval é uma mistura colossal entre os dois géneros de jogo. É colectivo, e de um grande colectivo. Não se circunscreve a uma sala, a uma casa ou sequer a um bairro: são cidades inteiras, de todas as idades, sexos e condições sociais, que se movem vestidos de fantasias e experimentam (em faz-de-conta) a infracção das regras sociais.
O cortejo dos estudantes é em tudo semelhante, mas com algumas particularidades: há também fantasias, há também infracção simulada de regras e também há a procura do transe.
Mas, como é especializado (afinal de contas é o carnaval de uma classe), existe
- uma uniformização nas fantasias (ou fato e capa, ou chapéu e bengala ou, para as personagens dos caloiros, roupa mais variada mas igualmente uniforme...);
- a simulação, já não com outros (como no carnaval a sério), mas para outros (o público do cortejo: pais, amigos, outros estudantes, cidade em geral...);
- a infracção/destruição das regras de que não são suporte (como no carnaval da comunidade) mas beneficiários (a própria instituição de ensino, o ensino em geral...).
Resta por fim a característica de válvula de escape do carnaval: para que tudo volte a ser o mesmo permite-se um excesso regular. Pelo jogo já se vivenciou uma resposta aos conflitos.
A vida, para esta classe, pode continuar.
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Tuesday, May 6, 2008
Cortejo e Carnaval
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Ditulis Oleh : Unknown // 9:41 AM
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jogo e vida
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