Friday, January 29, 2010

Introdução à técnica da Máscara com Nuno Pino Custódio



olha a formação bem boa! (eu vou e é preciso que haja mais inscrições para que aconteça a formação)

- 13 e 14 de Fevereiro
Introdução à técnica da Máscara com Nuno Pino Custódio
10h-13h/ 15h-19h (14h). Academia Contemporânea do
Espectáculo/Teatro do Bolhão, Praça Coronel
Pacheco, 1 - Porto
Valor: 80 euros
Valor Amigo Terra na Boca: 72€

Exercícios e "regras básicas" de um sistema de interpretação com máscara. O Jogo do
Círculo (um exercício-ritual ou uma espécie de pré-encenação, onde se comunica através de regras, que faz a transição para a representação propriamente dita e consequentemente para o uso de máscaras). Evolução da técnica, no sentido de torná-la cada vez mais cultural no corpo de cada um e em colectivo.

Mínimo: 12 pessoas. Máximo 15
Inscrições até dia 7 de Fevereiro


Luciano Amarelo
+351 934 300 978
terranaboca@gmail.com

terra na boca,
associação cultural
largo da maternidade júlio dinis, 62-
1.º dto.
4050-371 porto

http://www.terranaboca-associaocultural.blogspot.com

Thursday, January 28, 2010

Quando se escrever a história

E refiro-me à história intelectual do nosso país, na cidade do Porto e dos últimos anos, a autora de "Rivoli 1986-2006" será vista com a justiça que merece frente ao fulano que assinou "Análise à Distribuição Regional do Investimento Público".

Só daqui dá para ver as diferenças naquilo que faz de nós uma civilização: a capacidade de nos superarmos aos bárbaros, pela criação e preservação de cultura.

p.s. vale a pena lembrar que a Biblioteca de Alexandria, o maior depositório de saber do mundo antigo, foi destruída por incorrer ou em heresia ou em inutilidade.


O que terão pensado os bárbaros quando há uns anos, invadindo o Porto, depararam com o Teatro Rivoli?

Wednesday, January 13, 2010

Alimento para o Actor



Uma peça por dia (leitura), e fica-se consoladinho.

Tuesday, January 12, 2010

People Like Us - The Actor

O Actor - documentário absolutamente verídico, de David Tennant. Da série People Like Us.

O dia-a-dia de um actor, a vida, as aspirações, os trabalhos...

É que é divertidissimo.

Sunday, January 10, 2010

As três coisas para se ser actor

1. Alguma Formação
2. Alguma Educação
3. Telemóvel


1. nem que seja para dizer que se estudou e se procurou melhorar o que já se trouxesse de trás
2. saber falar, saber ouvir, saber quando falar, saber quando ouvir, sorrir e cumprimentar
3. estar contactável

Friday, January 8, 2010

Lançamento do Clown LABoratori Porto

Vai começar uma iniciativa interessante de parte de alguns entusiastas do Clown, aqui no Porto:

"Clown LABoratori Porto

• A intenção primordial deste encontro é, a partir de um grupo de actores, animadores, artistas circenses e músicos profissionais, iniciar a formação de uma plataforma laboratorial de Clown no porto.
• Depois de efectuado o workshop de lançamento do grupo, o Clown Laboratori Porto terá 2 encontros semanais, de 3 horas cada um.
• No 1º mês teremos o Jorge Rosado nos 2 encontros semanais
• Depois passaremos a 2ª fase, em que o grupo será mais auto-sustentado. O 1º encontro semanal será dirigido pelo Jorge e o 2º será gerido pelo próprio grupo, rodando entre nós a direcção de cada encontro.
• Será apresentado um “Clown Cabaret Louco” no final do processo, fruto do trabalho de investigação. Poderá ter um tema a decidir pela equipa.
• Todas as pessoas convidadas a fazerem parte são pessoas inseridas no mundo do espectáculo, com inquietações de evolução pessoal. Vai ser dada prioridade a artistas divertidos mas com a fase do ego superada, que queiram partilhar e trabalhar em equipa.

Dinâmica:

1. Investigação e Descoberta do Clown criança de cada um:
Janeiro, Fevereiro e Março
2. Aprofundar o trabalho e preparação de um espectáculo:
Abril, Maio, Junho
3. Apresentações do Show:
Julho e afins…

Um espaço de encontro de:

Investigação
Experimentação
Apalpanço ao nosso Clown
Auto-aprendizagem
Soltar a nossa criança interior e fazê-la voar"

Orientado por:

JORGE ROSADO

Número de Membros:

Máximo de 15 membros

Onde e Quando:
Fábrica da Rua da Alegria,
Espaço da companhia “Tenda de Saias”

Workshop:

Dia 16 e 17 de Janeiro
Das 10.00 até ás 13.00 e 14.30 até ás 19.30

Encontros semanais:

Terça e sexta-feira, das 20.30 até às 23.30

Contribuição Económica:

Workshop 16 e 17 de Janeiro………………………………………..30 €

Pagamento Mensal
1º mês…………………………………………………………..….45€
2º mês……………………………………………………………...30€

Data Limite: 12 Janeiro

Contactos:

lab.clown@gmail.com
labclown.ning.com

Thursday, January 7, 2010

Da displicência

Acabei de não receber trabalhos de alunos.

Isto significa que na próxima aula terão de fazer o que obviamente não fizeram até aqui e agora, no máximo do seu prazo.

Significa também que, numa cadeira prática como a minha, se perderá tempo a responder/estudar/pensar ao que tinha encomendado, como trabalho.

Significa que, a ser justo, deveria trabalhar com as míseras duas ou três pessoas que cumpriram com o que pedi e mandar os outros às reais urtigas, por óbvia displicência.

E se isto significasse que por cada displicência, atraso, incúria, desleixo eu respondesse com igual?

E se os alunos displicentes tivessem o professor que merecem? E se eu me marimbasse para os trabalhos que pedi e para o facto de que isso me faz falta para as aulas seguintes de modo a saber, especificamente para cada um, o que fazer?

E se eu próprio chegasse dez minutos, vinte ou hora e meia atrasado a minha própria aula?

E se falasse ao meu telemóvel a meio de um jogo, exercício ou apresentação?

E se eu avaliasse uns e não outros, conforme o tamanho da minha paciência num dia qualquer até dizer "olhem tou um bocadinho cansado, vou parar por aqui, tá bem?".

E se eu próprio saísse mais cedo da minha aula "se não se importarem, continuem sem mim, é que tenho que me pisgar"?

E se eu não levasse material e pedisse que alguém me fosse buscar um filme, um livro, me desse ideias para exercícios, jogos, noções ou direcções e dissesse "sabem, não tive lá muito tempo pa preparar a aula"?

E se eu ficasse a olhar para a janela, a comer e a coçar comichões ou pêlos encravados quando falassem comigo?

E se eu me esquecesse do que andava a fazer e encolhesse os ombros e dissesse "é só uma aula, relaxa aí"?

E se eu fosse o professor que se merece?

Viva o acting-blog e o seu autor Mark Westbrook!

Há uns tempos postava eu sobre o que era um acting coach e agora, senhores e senhoras, Mark Westbrook entra em cena: este é o seu blog e este é o autor.

Só me resta dizer que estou radiante por encontrar na intercoisa pessoas tão interessantes e pares, igualmente (ou mais) fâs de Stanislavski, a acharem que o ensino do teatro deve ser coisa prática e eficiente e que o teatro em si deve ser moving.

(É provável que a partir de agora se faça muitas citações em inglês deste blog, dados os posts bem interessantes e pertinentes do seu autor)

Monday, January 4, 2010

O que fazer antes de entrar em cena?

Há tempos falaram-me de alguém que antes de entrar em cena gosta de estar a conversar, fumar um cigarro e enfim entrar em cena.

Sem aquecimento, sem preparação para o que vai fazer, sem autoestímulo, sem nada. Conversando e fumando. Como se fosse fazer um recado e não arte.

Não deixo de estranhar que assim se possa representar alguma coisa de jeito. E por isso pensei numa situação:

imaginem um actor que vai entrar numa peça em que a sua cena demora menos de dez segundos; é só andar em frente e sair. Depois pode ir para casa pensando se fez o seu melhor ou não. E tudo será decidido nesses dez segundos de cena.

Como se preparará? Fumará e conversará com os colegas em bastidor pensando que afinal de contas a sua cena é tão pequena que não importa?

OU

Aproveitará cada segundo antes da sua cena para dar tudo por tudo, pensando este só pode ser o melhor trajecto de sempre, com o corpo e a mente afinados para esse único propósito, como se se comparasse com o resto do mundo?

(Ver na Pista 4, de t-shirt branca)



28 segundos de preparação imediatamente anterior a entrar para uma cena de 9.76 segundos. Ou seja quase 3 vezes o tempo da cena. E é o melhor do mundo: não da sua rua, do bairro, da Jamaica, mas do mundo. Não conversou para o lado, não o vimos a fumar ou ao telemóvel. Jogou com tudo. E venceu tudo.

O que nos diz isto a nós actores?

Friday, January 1, 2010

2009

Para mim 2009 foi um ano bom, ou eu fui bom para o ano que passou.

Como sempre imprevisível o ano, foi a antecâmara do teatro que farei ou de um regresso ao teatro. Expliquemo-nos: estes anos têm sido algo acidentais e as escolhas, quando as fiz, fi-las sem saber quando as poderia cumprir. Fazer teatro e ser actor era uma delas. Antes disso, as artes marciais. Este anos viu-me voltar a uma delas e a caminhar com seguros passos em direcção à outra.

Primeiro o Judo. Não interessa verdadeiramente se me serve ou não a mim como actor e professor, interessa - como em tudo - que me sinto em casa quando lá estou. E sinto dificuldades e sinto confusão e receio de deslocar ombros e até cair. Mas quando vou para lá é como ir para casa, e isso há muitos anos que não sentia em nada.

Foi uma escolha dada a minha idade, o meu corpo fragilizado em alguns pontos por anos de ginásticas diferentes, e por ser uma arte marcial que nunca tinha feito. E não me enganei. Treinar é bom.

Treinar teatro voltei a fazê-lo depois de tantos anos e interrogações e não saber bem o que fazer apesar de saber que algures deveria haver algo para se treinar em teatro, de modo a se ser actor e/ou melhor actor. A Biomecânica Teatral de Meyerhold, ou antes um seu mestre: Gennadi Bogdanov. Não sei porquê tenho tido ao longo dos anos quase somente referências russas: criativas, morais, técnicas. Teatrais em suma. Bogdanov, Polina Klimovitskaia e por fim o mítico Stanislasvki.

Se não estou em contacto directo com estes dois últimos, apesar das lembraças daquela e dos textos deste, quanto a Gennadi Bogdanov a coisa já é diferente, e ainda bem que o é. 2009 foi o ano de o reencontrar depois de um primeiro contacto em 2004, por altura de uma formação mais alargada e de um momento meu mais vago, a sair de um rumo (actor) para um outro, talvez (encenador). Na verdade nessa altura foi a semente de algo a que demoradamente fui dar uso e pensamento. E o pensamento na Biomecânica é treino. E é treino diário. O tal training dos actores.

E se isto orientou a esperança de poder fazer algo que jeito tenha também alimentou o que sempre tenho crido: há uma técnica e sinceramente não é professor de teatro quem a não ensine.

Técnica é algo que se defina, se repita e se treine, não é gosto, não é jeito, é skills. A Biomecânica de Meyerhold/Bogdanov tem sete princípios da construção da acção física e, ainda que compreenda todo o ensino proprioceptivo que se faz, nunca tive pistas do que fazer em cena senão até conhecer estes principios.

Quem os quiser conhecer: os seminários lá estão, custam muito menos dinheiro que uma escola ou um curso e fazem muito mais que eles. Mas não é fácil e exactamente por isso é que podemos construír novas formas, com novos corpos.

Este ano foi assim e foi também o Desejo de Teatro e eu a perceber que - na prática - tendo eu maior desejo, mais conseguia estimular o desejo dos alunos. Foi assim na UMinho, com frutos visíveis. E foi essa a minha questão num recente exercício de teatro. Mais que regras e boas intenções (até louváveis), o que pesa é Desejo, tive bons exemplos e maus exemplos, tive choque e tive que reflectir sobre o que estávamos a fazer e digo-vos, sem Desejo de estar em cena, nada feito.

Concluo daqui que a tarefa de uma escola ou curso será dar técnica (algo de directriz e regra, concreto, estimulante e treinável) e alimento do Desejo de teatro. Sem estes dois estamos tramados. E todo o currículo é inútil e desadequado.

O Doutoramento em calha - cuja ajuda curricular devo sobretudo a uma dupla de empenhados professores que estimulam a produzir ciência, que é o mesmo que conhecimento, que é o mesmo que eu próprio clamava há tempos - tem-se dirigido cada vez mais para aqui. Sem Desejo nada feito, nem mesmo para quem não vai fazer disso profissão.

Entretanto morrera Isabel Alves Costa, a mais injusta de todas as mortes de Pina Bausch, Merce Cunningham e outros. Isabel Alves Costa (vi os seus livros há dias) era uma mulher inteira e a autora da noção de Desejo de Teatro, a minha ideia foi sempre seguir de onde ela tinha deixado. E dedico-lhe tudo que possa desenvolver.

O resto... o resto foi o resto. Como não cabe no meu Desejo de Teatro ou na viva estimulação disso nos outros, não é importante.

 

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