Estou a estudar como despertar a vontade de fazer teatro, por experiências positivas, num contexto em que não exista crítica interna, só fruição.
Estou a consegui-lo com o jogo, em que todos jogam, menos eu, que me torno invisível e não falo senão no início e no fim.
Tenho despoletado improvisações que duram, sem que intervenha, 20 a 30 minutos, em média. Isto acontece, no meu entender, porque é um jogo e funciona por si. Procuro não ser necessário senão nas instruções iniciais, que são tarefas.
As tarefas rapidamente se metamorfoseiam em acção e estas em dados que surgem, imprevisíveis.
Não julgo as improvisações, nem estimulo nenhum género de juízo, muito menos sobre a forma.
Não digo o que fazer, senão como tarefa, e - não sendo jogador - demito-me aí de qualquer outra participação.
Alimenta esta estrutura de 3 pontos cruciais:
- o que é o jogo (segundo Roger Caillois)
- a existência de um desejo de fazer teatro (segundo Isabel Alves Costa)
- como despertar a criatividade do actor (segundo Stanislavski)
Então uso a estrutura do jogo, com regras que são especificações da ficção em que se está, para despoletar momentos que só funcionarão enquanto se tiver vontade de brincar ao faz-de-conta, que é o princípio do desejo de teatro.
Tenho visto coisas inesperadas, comportamentos bizarros, e riso, muito riso. Tenho visto melhor teatro (acidental teatro que vejo por acidente pois não é feito senão para quem o joga) melhor que na maior parte dos palcos. Tenho visto recuar o receio de fazer coisas. E estou grato a 3 circunstâncias:
- dar aulas de Jogo e Expressão Dramática
- ter encontrado acidentalmente o livro de Clive Barker (Theatre Games)
- ter lido O Desejo de Teatro, da Isabel Alves Costa
e mais grato ainda estou aos meus alunos, dos vários locais e contextos, que me têm deixado estar ali, sem me considerarem um intruso.
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Wednesday, March 2, 2011
O que estou a estudar
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