Tuesday, October 30, 2007

Jogos de competição e meritocracia

Que relação tem o mérito com o jogo?
Não será sempre uma questão de sorte? Ou de azar? Não será sempre uma questão de talento, de cunhas, de subornos, de intervenção divina, de merecimento ou falta de merecimento?

- O jogo foi bom, não ganhámos mas merecíamos ganhar.
Dizem os jogadores ou o seu treinador no fim, na conferência de imprensa.

Que tem o mérito a ver com isto?

Jogo e mérito:
Há jogos para os quais nos preparamos, para os quais tudo assenta nas nossas capacidades e em nenhuma outra coisa. Um jogo deste género é um hino à ordem, à justiça e ao mérito. Os nossos méritos conduzirão a resultados. Mas em que joga a sorte nisto?

Numa corrida ganhará o que chegar primeiro. Simples. Num jogo de bola, ganhará aquele que marcar mais golos. Simples. No bilhar o mesmo. No salto em altura é quem saltar mais alto. E quem saltar mais longe no salto em comprimento. E quem levantar maior peso ganhará no halterofilismo. Simples e honesto.

Há pontos, golos, quilos, centímetros ou segundos que marcam a diferença. As regras são iguais para todos; as condições (o campo, o relvado, as categorias, o número de jogadores e etc.) são iguais para todos. Isto é o mais equilibrado que pode haver. E mais justo também. Ganhará quem conseguir mais e quem conseguir ser mais rápido, mais forte, mais possante, mais preciso. É sempre uma questão de ser mais. Conseguir ser mais é um mérito.

Mérito é o contrário das seguintes situações:
- ser abençoado por Deus;
- beneficiar da divina providência;
- gozar da intervenção dos ventos da sorte;
- escapar a uma maré de azar.

Nestes jogos - que são de competição, como nos diz Roger Callois - impera unicamente a vitória do mérito e, portanto, da meritocracia.

Quem não ganha que não se queixe. Fizessem por isso.

Ditulis Oleh : Unknown // 5:32 AM
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